Arte por Pedro Almodóvar
De 16 a 29 de outubro, aconteceu em São Paulo a tradicional Mostra Internacional de Cinema. Durante duas semanas, foram exibidos 330 títulos de variados países e de diversas cinematografias em 35 salas de 29 espaços, entre cinemas, centros culturais e museus espalhados pela capital paulista. A seleção de 2014 fez um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial produziu no ano, além de ter apresentado as principais tendências, temáticas, narrativas e estéticas realizadas em todo o mundo. Na 38ª edição, a Petrobras e a Mostra renovaram sua longeva parceria, reafirmando o compromisso da empresa com a produção audiovisual e com a consolidação do evento cinematográfico no calendário cultural do país.
Relatos Selvagens, de Damián Szifrón, abriu a 38ª Mostra em cerimônia no Auditório Ibirapuera. Dólares de Areia, obra dirigida pela dupla Israel Cárdenas e Laura Amelia Guzmán, encerrou o festival no CineSesc.
Nasceu em Almaty, Cazaquistão, em 1984. Formou-se na Academia Nacional das Artes do Cazaquistão. Em 2007, entrou para a Asian Film Academy, em Pusan, Coreia do Sul . No ano seguinte, participou do encontro de cineastas Talent Campus do Festival de Berlim. Seu primeiro longa-metragem, Lições de Harmonia (2013) venceu, entre outros, o Prêmio do Júri de Melhor Filme de Ficção na 37ª Mostra e o Urso de Prata no Festival de Berlim, atribuído em reconhecimento à sua contribuição artística. Em 2013, foi membro do Júri “Pardi di domani” do Festival de Locarno. Atualmente, finaliza seu novo filme, The Wounded Angel.
Nasceu em San Antonio, Texas, Estados Unidos. Com dupla cidadania, vive entre EUA e França. Durante 25 anos, de 1984 a 2008, foi curador e diretor do Festival de Cinema de Avignon. Também dirigiu, de 1994 a 2007, uma extensão do evento francês em Manhattan, em parceria com o Festival de Cinema de Nova York. Em 2007, criou a Mistral Artist Management, escritório que representa um seleto grupo de autores, dramaturgos, diretores, roteiristas e atores. Em 2014, a empresa assumiu o controle da LVT-USA, companhia líder em legendagem de filmes. No mesmo ano, ganhou a Médaille d’Or du Rayonnement Culturel, medalha que distingue pessoas que atuam em língua francesa em campos como literatura, artes, ciência e tecnologia.
Nasceu em 1975 em Londres, cresceu no Rio de Janeiro e hoje mora em São Paulo. Em 2006, produziu O Cheio do Ralo, de Heitor Dhalia, Prêmio do Júri da 30ª Mostra. Foi assistente de direção dos longas À Deriva (2009), de Heitor Dhalia, e A Estrada 47 (2014), de Vicente Ferraz. Em 2006, fundou com Matias Mariani a produtora Primo Filmes, com a qual produziu, entre outros, os documentários A Raça Síntese de Joãosinho Trinta (2009, 33ª Mostra), Elevado 3.5 (2010), Ela Sonhou que Eu Morri (2011) e A Vida Privada dos Hipopótamos (2014) e as ficções Trinta (2014), de Paulo Machline, e Os Inimigos da Dor (2014), de Arauco Hernández – os três últimos na programação da 38ª Mostra. Dirigiu ainda os curtas-metragens Cotidiano (2008) e Cavalo (2010). Atualmente, está iniciando uma nova produtora, a Mar Filmes, e finalizando Marias, seu primeiro documentário como diretora.
Nasceu em 1974 no Irã e começou a carreira como pintora em 1991, participando de exibições em grupo no Irã e outros países. Começou a trabalhar com cinema como diretora de fotografia e depois como assistente de direção em documentários. Em 2002, foi a protagonista de Dez (2002, 26ª Mostra), de Abbas Kiarostami. Estreou na direção de longas com 20 Dedos (2005, 28ª Mostra), vencedor dos prêmios de melhor filme e direção na competição de cinema digital no Festival de Veneza. Dirigiu ainda 10 + 4 (2008, 32ª Mostra), e Um.Dois.Um (2011, 35ª Mostra). Depois, ela foi praticamente forçada a deixar o Irã por causa da censura, episódio que deu origem ao filme From Tehran to London (2012). Também participa da 38ª Mostra com o documentário A Vida Pode Ser (2014), dirigido em parceria com o britânico Mark Cousins.
Nasceu em 1968 na Dinamarca e mudou-se para Paris no início dos anos 90. Em 1993, fundou a empresa de produção cinematográfica Slot Machine. Coproduziu diversos filmes de Lars von Trier, entre eles Os Idiotas (1998, 22ª Mostra); Dançando no Escuro (2000, 24ª Mostra), vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes; Dogville (2003, 27ª Mostra) e Ninfomaníaca (2013, cuja versão do diretor será apresentada na 38ª Mostra); Bent Hamer (Water Easy Reach, 1998, 34ª Mostra) e Susanne Bier (Amor é tudo o que você precisa, 2012, 36ª Mostra). Em paralelo a isso, também se dedicou à produção de diversos filmes de diretores sul-americanos, de nomes como Lisandro Alonso (Los Muertos, 2004, 28ª Mostra), e Paz Encina (Hamaca Paraguaya, 2006, Prêmio da Crítica da 30ª Mostra). Integra desde 1998 a delegação escandinava do Festival de San Sebastián, na Espanha. Em maio de 2013, foi nomeada presidente do Fundo de Apoio ao Cinema Mundial pelo Centro Nacional do Cinema e da Imagem em Movimento (CNC) da França.
Nasceu em 1953 na cidade de Bergisch Gladbach, Alemanha. Depois de estudar história da arte, antropologia e cinema e TV, atuou como crítico e escreveu mais de vinte livros sobre o universo do cinema e seus atores. Nos anos 80, fundou duas empresas dedicadas à produção de filmes para o cinema e programas especiais para a TV. Escreveu e dirigiu diversos documentários, sendo os mais conhecidos deles sobre os astros alemães Götz George e Mario Adorf. Em 2000, começou a trabalhar na emissora de televisão alemã ZDF e tornou-se chefe do departamento de produção de longas-metragens da ARTE de Estrasburgo, empresa com a qual trabalha desde 1992. A ZDF é uma das acionistas do canal ARTE, e juntos coproduzem filmes para exibição em cinema e TV, entre eles A Pidgeon Sat on a Branch Reflecting on Existence, de Roy Andersson, vencedor de Leão de Ouro do Festival de Veneza 2014; 1001 Gramas, de Bent Hamer; e El Cinco, de Adrián Biniez.
Nasceu em 1950 no Rio de Janeiro. É cineasta e também atua como diretor de fotografia, roteirista e produtor. Nos anos 60 e 70, dirigiu curtas-metragens e documentários. Foi diretor de fotografia em filmes como A Estrela Sobe (1974), Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) e O Beijo no Asfalto (1980), todos de Bruno Barreto; Cabaret Mineiro (1980), de Carlos Alberto Prates Correia; e Tabu (1982), de Júlio Bressane. Em 1984, dirigiu seu primeiro longa, Nunca Fomos Tão Felizes, premiado nos festivais de Brasília, Gramado e Locarno. Dirigiu depois os longas Faca de Dois Gumes (1989); Todos os Corações do Mundo (1995), documentário sobre a Copa de 1994; Como Nascem os Anjos (1996) e Seja o que Deus Quiser (2002). Nome Próprio (2007, 31ª Mostra) venceu o Kikito de melhor filme em Gramado. Participa da 38ª Mostra com o longa de ficção O Fim e os Meios, o documentário Aprendi a Jogar com Você (2014) e com quatro curtas-metragens sobre performances de Tunga feitos para o Instituto Inhotim.
Nasceu em 1966 em Barquisimeto, Venezuela. Depois de estudar animação em Paris, formou-se na primeira geração da Escola de Cinema e Televisão de Cuba (EICTV). Seu primeiro longa, A La Media Noche y Media (1999), co-dirigido com Marité Ugás, foi exibido em mais de 40 festivais internacionais. Em 2007, lançou Postais de Leningrado (2007), com o qual ganhou o Prêmio Revelação do Júri da 31ª Mostra. Com sua produtora, a Sudaca Films, produziu El Chico Que Miente (2011), de Marité Ugás, exibido no Festival de Berlim. Seu terceiro longa, Pelo Malo (2013, 37ª Mostra), venceu a Concha de Ouro de melhor filme no Festival de San Sebastián, entre outros prêmios.
Nasceu em 1943 em Chicago e viveu grande parte de sua vida em Los Angeles. Cineasta, crítico e professor, leciona teoria e história do cinema no Instituto de Artes da Califórnia desde 1987. Nos anos 60, dirigiu diversos curtas-metragens. Em 1974, dirigiu Eadweard Muybridge, Zoopraxographer, documentário sobre o trabalho fotográfico de Muybridge, que foi restaurado em 2013 pela UCLA. Depois, lançou Red Hollywood (1995), com Noël Burch, um ensaio crítico sobre as vítimas da “lista negra Hollywood”, relação de nomes ligados ao cinema que tinham opiniões políticas consideradas suspeitas nos anos 40 e 50. Sobre o mesmo tema, ele e Burch publicaram o livro Les Communistes de Hollywood: Autre chose que des martyrs (1994). Dirigiu ainda Los Angeles Plays Itself (2003), documentário sobre a representação de Los Angeles no cinema, que será exibido na 38ª Mostra.
Nasceu em 1958 em Paris. Desde 1979, trabalha como crítico para a revista francesa Positif, escrevendo sob o pseudônimo Yann Tobin. É professor de cinema da Universidade de Paris 1 Panthéon-Sorbonne e escreveu diversos livros sobre a obra de cineastas como Ingmar Bergman, Marcel Carné, Ernst Lubitsch, Joseph L. Mankiewicz e Claude Sautet. Também trabalha como documentarista e curador de mostras como Música & Cinema – O Casamento do Século?, atualmente em exibição no Sesc Pinheiros.
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