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Documentário que acompanha a vida dos tropeiros de mulas que ainda existem na velha rota do chá, em algumas das mais altas e perigosas estradas do mundo, estendendo-se entre a China e o Tibete. Colocando sua câmera nestes caminhos estreitos e serpenteantes, o diretor detém-se também nas pequenas aldeias ao longo do vale do rio Nijiang, retratando um modo de vida em progressiva extinção. As imagens mostram tropas de mulas sobrecarregadas, equilibrando-se em caminhos estreitíssimos, pontes de madeira sacolejantes sobre abismos a grande altura. Lá do alto, grandes rios parecem fios d´água. Em outras seqüências, as caravanas são mostradas a uma maior distância, fazendo pessoas e animais parecerem formigas dentro da imensidão da natureza. Um dos tropeiros testemunha o quanto sua vida depende de suas mulas, elogiando sua resistência, ao mesmo tempo que lamentando-se da diminuição de seu rebanho. O filme, aliás, empresta seu nome de uma das mulas sobreviventes deste tropeiro – “Delamu” quer dizer “anjo pacífico”, evidenciando a proximidade afetiva entre homens e animais neste contexto. Nas rústicas aldeias do rio Nijiang e no vale Yuannan, velhos moradores recordam os sobressaltos ali vividos durante a Revolução Cultural. Mas o que predomina, afinal, é a tranqüilidade zen-budista desta atmosfera, capturada pela câmera em longas seqüências sob luz natural, flagrando um equilíbrio entre homem e natureza talvez prestes a desaparecer.