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Cabiria (1914)

Poster do Filme

Sobre o filme

Produção mais célebre da fase muda do cinema italiano e filme de cabeceira de Federico Fellini, Cabiria foi restaurado pelo Museo Nazionale del Cinema, de Turim, em associação com a PresTech Film Laboratories Ltd., de Londres, empresa dirigida pelo brasileiro João Sócrates. A iniciativa conquistou a admiração, entre outros, do cineasta Martin Scorsese. Ele lembra de quando assistiu à obra pela primeira vez: "Não estava preparado para o escopo inusitado e para a beleza deste filme. Também não estava preparado para mudar a minha própria noção da história do cinema. Há tantos elementos que consideramos como invenções americanas, como o épico histórico de longa duração, a câmera em movimento e a luz difusa. De repente, encontramos tudo isso neste filme, realizado dois anos antes de O Nascimento de uma Nação, de D.W. Griffith!" Scorsese destaca, por exemplo, o impacto e a plasticidade da cena em que o exército de Aníbal atravessa os Alpes. O cineasta americano pontua também a importância da invenção do carrello, o precursor dos trilhos para a movimentação de câmeras. Desta forma, elas não apenas seguiam os atores, como enriqueciam a noção de espaço e do drama em si. Para melhor compor a dimensão histórica, foram vitais também o uso da luz, simultaneamente realista e poética, e a suntuosidade e detalhismo dos cenários. Sem falar na extravagante escrita dos intertítulos, de autoria do renomado escritor Gabrielle D’Annunzio (1863-1938), lembrado entre os amantes do melodrama como autor do romance O Inocente, adaptado por Luchino Visconti em 1976. Cartago, terceiro século a.C., durante as Guerras Púnicas: a jovem Cabiria será sacrificada ao deus Moloch, mas é salva pelo romano Fulvio Axilla e seu fiel servo Maciste. Muitos anos depois, ambos a reconhecem como a bela Elissa, a favorita de Sofonisba, a filha do rei de Cartagena, e alvo também da atenção do sumo sacerdote Kharthalo. A derrocada de Cartagena pelo exército romano coroa o nascimento do amor entre Fulvio e Cabiria. A Mostra exibirá duas versões do épico mudo. A versão sonorizada, com trilha sonora aplicada na própria película, tem 112 minutos. Já a versão integral, com 195 minutos, contará com o acompanhamento ao piano de Stefano Maccagno, formado com louvor em Jazz e Instrumentação. ACOMPANHAMENTO MUSICAL Tem extenso currículo em acompanhamentos sonoros.Foi sua função, por exemplo, no festival internacional Il Cinema Ritrovato, na Bolonha, entre 1993 e 1998. Colaborou também com a Cineteca Nazionale Italiana, dirigida por Gianni Comencini até sua morte, em 2005. Escreveu a trilha sonora de alguns filmes, como, por exemplo, a de Due Dollari Chilo, de Paolo Lipari. É o pianista oficial do Museo Nazionale del Cinema, de Turim, onde já musicou ao vivo, por exemplo, o Nosferatu de Wilhelm Friedrich Murnau.

Título original: Cabiria

Ano: 1914

Duração: 195 minutos

País: Itália

Cor: P&B, 35mm

Direção: GIOVANNI PASTRONE

Roteiro: Giovanni Pastrone, Gabriele D’Annunzio

Fotografia: Segundo De Chomon, Augusto Battagliotti, Natale Chiusano, Vincent C. Dénizot,Carlo Franzeri, Gatti, Giovanni Tomatis

Elenco: Lydia Quaranta, Teresa Marangoni,Dante Testa, Umberto Mozzato,Bartolomeo Pagano

Produtor: Giovanni Pastrone

Música: Ildebrando Pizzetti, Manlio Mazza

Edições: 30