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Em parceria com o Centro Cultural Banco do Brasil, a 34ª Mostra exibe no Vão Livre do MASP uma seleção de oito filmes restaurados do mestre John Ford. Ampliando a retrospectiva patrocinada e exibida no CCBB neste ano, a reapresentação dos filmes oferece ao público a oportunidade de contemplar a força atemporal da obra do cineasta norte-americano. Em quase meio século de carreira, John Ford tornou-se um dos grandes nomes da Era de Ouro de Hollywood. Em sua vasta e duradoura obra, o diretor ajudou a desenvolver alguns dos maiores clássicos do cinema. Contou de forma única a história dos EUA, influenciou uma geração enorme de cineastas e criou imagens e personagens dificilmente esquecidos. Mas Ford se distanciava dos elogios superlativos. Durante toda sua vida, manteve um gênio difícil, um perfil avesso a entrevistas e teorizações, e se apresentou como apenas mais um trabalhador da indústria do entretenimento. Com curadoria, programação e produção de Leonardo Levis e Raphael Mesquita e produção de Daniel Pech, a seleção da retrospectiva contempla desde o primeiro longa-metragem do diretor (o western mudo O Último Cartucho, de 1917) até um de seus últimos (Terra Bruta, 1961), mostrando o caminho que Ford percorreu nesse gênero, pelo qual será sempre lembrado. As razões pelas quais isso ocorre são muitas, mas certamente estão inclusas a relação entre o homem e seu ambiente, simbolizado pela imagem inesquecível do Monument Valley, a complexidade de seus personagens e o modo como simbolizam a construção, para o bem e para o mal, da nação americana. Todos esses elementos estão nos clássicos No Tempo das Diligências (1939), Rastros de √ìdio (1956), ambos com John Wayne, e Paixão de Fortes (1946), com Henry Fonda. Mas a obra de Ford vai muito além de seus westerns, como pode ser comprovado pelos dramas O Delator (1935), Como era Verde meu Vale (1941) e Depois do Vendaval (1952). Filmes que renderam a Ford três de seus quatros Oscars de melhor diretor.