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A diretora Marion Hänsel sempre foi fascinada por nuvens, que ela contemplou, fotografou e também filmou. Esta matéria de sonhos lhe deu a idéia, muito simples e audaciosa, de dedicar um longa-metragem à sua obsessão. Porque a cineasta sempre acreditou que estas massas de água que desenham suas instigantes coreografias entre o céu (a “maior tela do mundo”) e a Terra são suficientemente abstratas para levar o espectador ao mundo dos delírios. Ela captou imagens de nuvens em 12 países _ da França ao Senegal, passando pela Escócia, Namíbia e África do Sul _ , contrapostas aos céus pintados por René Magritte, William Turner, Eugène Delacroix e outros mestres. O fio-condutor são cartas escritas por Marion ao seu filho, relatos sensíveis sobre as angústias e expectativas da mãe-cineasta que cercaram a gestação, o nascimento, as incertezas da infância, a separação dos pais e a iminente independência do rapaz (hoje com 18 anos). Na versão em francês, as cartas são lidas por Catherine Deneuve; em espanhol, por Carmen Maura, e em inglês, por Charlotte Rampling.